quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O que nos move?

Às vezes, parar para pensar nem sempre é bom. Pode trazer lembranças, desejos ou até mesmo angústias. Mas, o que me traz aqui hoje é uma pergunta que não me sai da cabeça: O que nos move? O que te move?

Muitas das pessoas acham que o que lhes move é o dinheiro, a felicidade, o amor. Mas pense bem, porque a maioria das pessoas busca ter bastante dinheiro? Porque correm atrás como se dependessem dele para respirar? Porque muitos procuram ser felizes todos os dias? Porque procuram não escutar o que os outros falam ou não se importam com as dificuldades da vida, e apenas querer ser felizes? E finalmente, porque todos buscam encontrar um amor para a vida toda e se preocupam em não encontra-lo cedo? Qual o significado para tudo que fazemos, falamos, agimos e compramos? A resposta para tantas perguntas é uma só: O tempo.

Segue uma poesia de Paulo Esdras, que explica muito:

          O tempo.

O segredo do tempo é consumi-lo sem percebê-lo.
É fingir-se infinito para não o vermos passar
É fazer-se contar em anos em vez de momentos

Relógio, despertador, cronômetro, calendário
Tudo engodo para imaginarmos prendê-lo, controlá-lo

Ampulheta, único instrumento sincero do tempo
Regressivamente, nos impõe a gravidade
De haver realmente um último grão
Riscando na areia a nossa fragilidade

Mas o tempo é imparcial
Não distingue rico de pobre
Preto de branco, homem de mulher
Devora-se sem escolhas

Matar o tempo é matar-se sem sentido
Perdê-lo é viver em vão

Faz-se devagar nos maus momentos
Depressa quando o queremos

Ponteiro invisível da vida
Peça necessária do fim

A sua fome é insaciável
A sua vontade é determinante
A sua procura é unanime

Se esconde nas sombras que se movem
Nos objetos que não mais servem
Nas pessoas que nunca mais vimos
Na podridão das frutas que não foram colhidas
Nas lembranças já esquecidas

Revela-se nas fotos que se desbotam
Nas cartas que amarelam
Nas crianças que crescem
Nas rugas que aparecem

Deixa-nos a esperança de Pandora
Nas ações dos que virão
No nascimento dos rebentos.


E dessas belas palavras, deixo a vocês um forte abraço e até a próxima parada!

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